domingo, 17 de junho de 2012

Filme: documentário "The Sacred Triangle"

Está na minha lista de filmes a ver logo.
The Sacred Triangle trata da relação entre Bowie, Iggy e Lou Reed.
Li esse comentário da Lonena Calábria sobre o filme:
"O documentário “The Sacred Triangle: Bowie, Iggy e Lou– 1971/73”  trata da relação entre os três artistas. Os três tiveram suas carreiras transformadas no período.   Bowie com The Rise and Fall of Ziggy Stardust, Iggy Pop com Raw Power e Lou Reed com Transformer – três discos decisivos na discografia de cada um.  Saber mais sobre os bastidores dessas gravações me pareceu bastante interessante. Assisti numa sessão lotada do In-Edit, festival de documentários musicais, semana passada em São Paulo, antes de a programação seguir pra Salvador.  Para minha surpresa, o triângulo sagrado virou um sacrilégio. Que Bowie foi influenciado pelos dois é reconhecível. E que Iggy e Lou tiveram em Bowie o empurrão que faltava para gravar seus discos, também não era segredo. 

Mas Bowie usurpador? Tendencioso, o documentário quer provar a “tese” de que Bowie só alcançou o sucesso forjando uma figura transgressora, calcada nos colegas Iggy Pop e Lou Reed – estes sim, os verdadeiros revolucionários, tanto na música quanto de atitude
O Bowie retratado no filme patinava numa carreira insossa, sem rumo, até se inteirar da cena underground americana, incluindo aí o artista Andy Wahrol.
Aliás, Bowie, Iggy e Lou aparecem pouquíssimo, tanto em imagens quanto em falas. Só alguns trechos bem curtos de entrevistas antigas que nada acrescentam.  Somando longos depoimentos de produtores, agentes e colegas de geração, são revelados detalhes dos bastidores. E alguns bem escabrosos, como a armação pra tirar Iggy Pop de cena enquanto Bowie brilhava(metaforica e literalmente) com a turnê de Ziggy Stardust.
Iggy e banda ficaram confinados numa mansão alugada, se preparando para os shows de lançamento de Raw Power. Ensaiavam todos os dias para uma turnê que sequer foi cogitada. Os agentes de Bowie (e talvez o próprio) temiam que a visceralidade de Iggy ganhasse o público. Qual teria sido a reação de Iggy  Pop quando descobriu que foi engabelado? Isso o documentário ficou devendo.


Outra curiosidade: Lou Reed estava no estúdio tocando com instrumento desafinado. Mick Ronson tirou a guitarra da mão dele, afinou e devolveu. Segundo Mick, não fez diferença nenhuma pra Lou. 
Mick Ronson era o guitarrista da banda de Bowie, também arranjador e multi-instrumentista. Co-produziuTransformer, de Lou Reed. É dele o piano em “Perfect Day”, um dos mais belos, e que foi devidamente valorizado no filme. 
De todos que participaram do documentário quem se destaca é Angie Bowie, ex-mulher e, pelo o que ela conta, agente fundamental na transformação de Bowie em artista transgressor. 
Angie é a peça chave, não só por ser a pessoa mais próxima de Bowie, mas por traçar um retrato mais apaixonado da história toda. Não nega que Bowie absorveu o que pode de Iggy, Lou e ainda de Marc Bolan. É irônica e esfuziante em seu discurso. 
Depois do filme, encontrei fãs de Bowie revoltados e também quem gosta de uma teoria da conspiração. Mas, em geral, o que todo mundo queria saber era: além de influências e contribuições musicais, o que mais aqueles três trocaram? (Pergunta que ouvi tanto entre heteros como entre gays.)
Desse assunto, o documentário passou longe. A única a falar de bissexualidade, androginia, foi justamente Angie Bowie. Sem dar detalhes, repetiu apenas o que a imprensa dizia de Bowie na época.
Procure saber na ficção. O filme Velvet Goldmine dá algumas pistas, mas lembre-se, é obra de ficção.
The Sacred Triangle, em resumo, trata Lou e Iggy como os gênios doidões e Bowie como o caretinha esperto que soube macaquear ideias. É o tipo de documentário que manipula verdades. Merece desconfiança, mas vale pela discussão que provoca sobre autenticidade.
Quantos artistas não foram mais cafajestes e chuparam músicas inteiras, sem dar crédito? Ou compraram autoria, lesaram parceiros? Bowie foi influenciado como qualquer um que anda perdido no inicio da carreira. 
Se Bowie dizia mesmo que “seu talento era saber o que copiar”, isso acaba com qualquer acusação. E se sua intenção era se tornar um grande artista pop, ele conseguiu,  também com seus méritos. 
E Iggy e Lou? Por opção ou a revelia, continuaram caminhando pelo lado selvagem
Ainda no anos 70, a vida de Bowie e Iggy se cruzaria em Berlim, cidade alemã que é também título do disco de Lou Reed. Mas essa é outra história a ser contada. "  


Só me fez ficar mais curiosa. Independente da influência de um ou de outro, é indiscutivel o importância de Bowie para a música, moda, artes. Iggy Pop e Lou Reed também, conquistaram seu lugar com dignidade. É minha opinião. Eu adoro Bowie e na verdade, gosto dos 3.

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